Ananás dos Açores

 

O Ananás dos Açores e as famosas estufas 

 

Sabia que a Ilha de São Miguel é o único sítio no mundo onde se cultiva ananases em estufas? A ilha é casa de cerca de 6,000 plantações e, apesar de nem todas estarem abertas ao público, isto não é um impedimento para se conhecer tudo sobre o processo de produção desta fruta exótica. As três plantações a visitar são: a Plantação de Ananás A. Arruda, na Fajã de Baixo; a Plantação de Ananás dos Açores, na Rua das Laranjeiras e o Ananás de Santo António, também na Fajã de Baixo. 

 

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As famosas estufas 

Mas como é que esta cultura se iniciou na ilha? Bem, o ananás foi introduzido nos Açores em meados do séc. XIX como planta meramente ornamental. Com o declínio do comércio da laranja, produto que São Miguel exportava em largas quantidades, houve a necessidade de encontrar um novo produto que preenchesse esse vazio. Foram construídas as primeiras estufas e os ananases começaram a ser cultivados em vasos. Após o sucesso da cultura, o entusiasmo cresceu e iniciou-se a construção de muitas outras estufas na cidade de Ponta de Delgada e arredores; Vila Franca do Campo; Ribeira das Tainhas; Ponta Garça, Lagoa e Ribeira Grande. 

 

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Ananás em crescimento

Em 1875, São Miguel acolhia estufas para 40,000 ananases concentradas na parte sul da ilha. Em 1913, a exportação do fruto para países como Inglaterra, Alemanha e Rússia originou receitas na ordem das 200,000 libras. Com o tempo, o ananás foi-se afirmando como uma cultura de grande rendimento para a ilha. Foi então que, com a I Guerra Mundial, o cenário de exportação alterou-se por completo, só se conseguindo normalizar no pós-guerra. Já com a II Guerra Mundial, a crise agravou-se e quase que a produção do ananás parou, tendo progressivamente centrado a sua atividade no turismo a partir daí. Em 1951, foi feita uma abordagem a outros mercados, mas sem grande sucesso. Após as grandes dificuldades causadas pelas duas grandes guerras, a cultura e o comércio do ananás nunca mais voltaram a ser o que outrora foram. Atualmente, as exportações são mínimas e o ananás é maioritariamente consumido localmente e vendido a turistas que visitam a espantosa Ilha de São Miguel. 

 

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A coroa do ananás
Fotografia: Ananases Arruda

Augusto Arruda decidiu apostar no cultivo desta fruta em 1919, e começou a produzir ananases em estufa na sua moradia familiar, uma antiga quinta de laranjas na Fajã de Baixo. Aberta ao público há mais de 100 anos, a Plantação de Ananases Augusto Arruda é a mais antiga da Ilha de São Miguel e uma das mais visitadas. 

 

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Visita guaida às estufas de ananases

O método de cultivo do ananás dos Açores é único em todo o mundo. O fruto cresce em estufas de vidro caiado, num ambiente que tenta recriar as caraterísticas dos climas quentes de onde é originário, na América do Sul. Com cerca de 4 a 6 meses, as plantas, ainda que jovens, são submetidas a um processo de fertilização especial: a operação do fumo. A ideia do fumo como fonte de fertilização originou-se ao acaso, tendo os produtores constatado que o fumo obriga as plantas a florescer ao mesmo tempo e velocidade, permitindo uma colheita mais homogénea, ao mesmo tempo que se mantém um maior controlo da produção. O processo é simples: as estufas, com o fumo no seu interior, ficam fechadas durante uma semana. Assim, evita-se a circulação do ar, permitindo que as temperaturas subam e atinjam os 40ºC. 

 

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Doce de Ananás dos Açores
Fotografia: Plantação de Ananás dos Açores

Para que o ananás possa ser comercializado tem de atender a rigorosos padrões de qualidade, tais como: ter forma cilíndrica e casca de cor laranja forte; a polpa deve apresentar uma coloração amarela translúcida, um sabor agridoce e um aroma muito agradável. A aparência geral tem de ser harmoniosa (e super deliciosa). Qualquer fruto que fique abaixo destes requisitos é usado na produção de muitos outros produtos, tais como licores, mostarda, compostas, sumos e cocktails. 

 

Em média, o ciclo da cultura do ananás dos Açores é de 18 a 24 meses, sendo o resultado final um fruto de caraterísticas singulares no sabor e na aparência. 

 

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