As hortênsias azuis que cobrem as paisagens desta ilha dos Açores conferem-lhe o apelido de “Ilha Azul”. Os pouco mais de 15 mil habitantes da Ilha do Faial acordam todos os dias com uma vista soberba para a Ilha do Pico, de onde se destaca a sua imponente montanha.
No centro da Horta, encontrará o Peter’s Café Sport, cuja visita é obrigatória, quer seja amante da navegação ou não. Prove o famoso gin do Peter’s e desfrute do ambiente autêntico e rústico deste bar tão afamado. Visite, ainda, o Genuíno Restaurante, para uma experiência gastronómica deliciosa e, ainda, para conhecer, em pessoa, o primeiro português a navegar o mundo a solo. Saiba pelo próprio sobre as suas aventuras, ou simplesmente aprecie o menu e decoração temática deste restaurante que, para além de comida fantástica, oferece uma vista privilegiada sobre a baía do Porto Pim.
No extremo oeste desta ilha dos Açores, encontra o local da mais recente erupção vulcânica dos Açores, o Vulcão dos Capelinhos. O fenómeno natural, ocorrido em 1957, teve origem submarina e acabou por emergir, expelindo cinzas, areia e lava suficientes para se formar uma nova massa de terra, enterrando quase completamente a zona. Como consequência, muitos Faialenses perderam as suas casas e meios de subsistência, mas, em 1958, foi assinada a Lei dos Refugiados Açorianos pelo então presidente americano, JFK. Apesar da tragédia, é inegável que a erupção do Vulcão dos Capelinhos criou uma das paisagens mais distintas e emblemáticas dos Açores e do mundo!
Um Porto no Meio do Oceano Atlântico
A Ilha do Faial é mundialmente conhecida como um porto no meio do Atlântico, e tem sido historicamente, um ponto de paragem para marinheiros que atravessam este vasto oceano. A capital da Ilha do Faial, a cidade da Horta, embora pequena, reveste-se de uma atmosfera cosmopolita, com viajantes de todo o mundo que se juntam nos restaurantes a bares à beira mar e partilham histórias com uma vista soberba para a Montanha do Pico no horizonte.
A Famosa Marina da Horta, Faial, Açores
Ninguém sabe como começou a pintura das paredes da marina da Horta, a capital da Ilha do Faial. Mas um dia, há muitos anos, a tripulação de um navio à vela ancorado no porto quis deixar uma lembrança da sua visita à ilha nas docas. Esta primeira pintura foi seguida por outras, ocupando gradualmente todo o muro marítimo, que se transformou num mosaico de desenhos coloridos que evocavam os muitos iates que pararam na marina.
Peter’s Café Sport
A longa tradição de navegação do Faial converge no Peter's Café Sport, um grande marco cultural e o bar mais fixe da cidade. Aberto há mais de 80 anos, o Peter's é um ponto de paragem obrigatório para todos os visitantes do Faial, especialmente para os marinheiros. Não deixe de provar a bebida mais famosa do Peter's: o icónico gin.
O Açoriano que deu a Volta ao Mundo: Genuíno Madruga
Visite também o restaurante Genuíno, propriedade do primeiro português que navegou pelo mundo sozinho, não uma, mas duas vezes. A bordo do ''Hemingway'', Genuino relatou a sua aventura solitária às rádios portuguesas, à medida que avançava, partilhando a sua história com o mundo.
Leia o relato que o próprio nos deu:
"Nasci na freguesia de São João, na ilha do Pico, a 9 de dezembro de 1950.
Depois quando parou o Vulcão dos Capelinhos, ou seja, em 1958, eu vim com a minha família - os meus pais e os meus irmãos, residir aqui na cidade da Horta
Conheci aqui pessoas muito importantes na navegação de recreio, entre elas um Francês que foi para mim uma referência. Refiro-me a Marcel Bardot. Com ele aprendi muita coisa, e depois, ia construindo mais ou menos para mim a viagem que ele também tinha feito.
O meu primeiro barco foi uma ‘’chatazinha’’ que eu construí com 2,60 metros, em 1963. Já tinha as tábuas, já tinha os pregos, já tinha tudo comprado e, num mês, construí a minha ‘’chatazinha’’ sempre pensando nesta ideia que trazia desde os tempos do liceu, dos anos 60, que um dia havia também de fazer uma viagem, possivelmente à volta do mundo.
E depois quando comprei o meu barco, o veleiro que tenho, já tinha um nome, e o nome é ‘’Hemingway’’ - a minha modesta homenagem ao Ernest Hemingway, sobretudo por causa deste livro ‘’O Velho e o Mar’’.
E eu, que estava principiando a minha vida no mar, na pesca, aquela história marcou-me muito, e tem nesta altura ou 61 ou 62 traduções diferentes, em línguas diferentes d‘’O Velho e o Mar’’.
Depois da data de partida estar marcada, acabou. Morra quem morrer, nasça quem nascer, aconteça o que acontecer, o que conta é cumprir com o objetivo de chegar ao fim.
Consegui fazer uma viagem à volta do mundo, passando pelo cabo Horn, navegando em solitário.
Isto foi uma coisa que eu decidi fazer, foi um objetivo que eu tracei e consegui atingi-lo e isto é o mais importante que pode acontecer na vida de alguém.
Uma imagem que nunca se esquece: foi quando voltei a ver a ilha do Pico.
Por aquilo que vi no mundo, por aquilo que conheço até nos dias de hoje com a informação que nos chega, acho que estas nossas lindas ilhas valem muito. Isto é um oásis no meio da desgraça que passa pelo mundo.
O meu último destino? Agora estou por aqui, mas logo se vê. Vamos ver o que é que vem por aí."
Sente-se para uma experiência de jantar surpreendente que o transportará para todo o mundo. Aprecie a decoração à vela e a vibração do local e desfrute da deslumbrante vista sobre a baía de Porto Pim.