A História da Baleação nos Açores

As mais de 20 espécies de baleias que passam pelo mar dos Açores durante todo o ano veem  aqui um refúgio natural e seguro. Nadam entre as ilhas do arquipélago aquando das suas rotas migratórias e são recebidas com agrado e excitação pelos entusiastas da atividade  de observação de cetáceos. De facto, os Açores têm-se vindo a afirmar como um dos melhores destinos do mundo para esta prática. Mas sabia que as baleias nem sempre foram felizes aqui? 

A História da Baleação nos Açores

A baleação nos Açores teve início no final do século XIX e foi, indubitavelmente, uma das principais atividades económicas da região naquele tempo. Embora tenha sido abolida, por ordem da Comunidade Económica Europeia, em 1984, a última baleia a ser caçada data de 1987. Mas como tudo começou? Bem, os navios oriundos da Nova Inglaterra já rondavam as ilhas dos Açores no final do século XVIII com o propósito de recrutar homens para a sua tripulação. E foram tantos os jovens de 13 e 14 anos que embarcaram em tal aventura, embora muitos tenham ficado pela viagem. Os que sobreviveram foram os grandes catalisadores da atividade na região, através da partilha do conhecimento e técnicas que haviam aprendido com os americanos. O único elemento em falta era algo que os açorianos tinham para dar e vender - coragem. E assim, a baleação iniciou-se na região por volta de 1864. 

O Processo 

Os homens destas pequenas ilhas enfrentavam os gigantes do mar em pequenos botes, quase obsoletos quando se pensa na finalidade, equipados com arpões e lancetas artesanais. A pontaria era um elemento chave, necessário para se conseguir acertar em cheio nos pulmões da baleia. Só assim o corpo do animal se enchia de ar e tornava-se mais leve, possibilitando que os homens o trouxessem até porto seguro. Em terra, as famílias e esposas rezavam para que nada acontecesse e que todos regressassem a casa, afinal, cada partida para o mar era um risco enorme. Um pouco pelas 9 ilhas dos Açores existiam fábricas de transformação da baleia, sendo as principais sediadas nas ilhas do Pico e São Miguel. 

Legado da Baleação nos Açores

Uma grande parte deste legado foi preservado e restaurado para propósitos mas também desportivos, tais como a tradição das regatas em botes baleeiros. Nos Açores, as memórias dos tempos da caça à baleia  estão, hoje, expostas e explicadas em museus espalhados um pouco por todas as 9 ilhas. Destacam-se o Museu da Baleação e o Museu da Indústria Baleeira no Pico; a Fábrica da Baleia no Faial e a Fábrica da Baleia do Boqueirão nas Flores. Outros eventos regionais de foro musical e de entretenimento celebram a bravura e coragem dos homens açorianos, como a Semana dos Baleeiros, no Pico; a Semana do Mar, no Faial e a Festa do Baleeiro, em São Miguel. Este último merece destaque por se desenrolar nas imediações da Fábrica da Baleia de São Vicente Ferreira, a principal do arquipélago naqueles tempos. 

Da Caça da Baleia à Observação de Cetáceos nos Açores

As ilhas dos Açores são um lugar onde a Natureza foi muito generosa, tanto no mar como em terra, sendo o destino de férias perfeito para os amantes de atividades de aventura e ar livre: e a observação de cetáceos é a atividade que não vai querer perder! Mais conhecida como ''whale watching'', esta é uma atividade náutica que consiste na observação de cetáceos como baleias e golfinhos no seu habitat natural, e os Açores são ‘’o novo lugar’’ de excelência para tal. 

Nas suas águas profundas e cristalinas avistam-se cetáceos de todos os tamanhos e formas, alguns dos quais muito raros, não fosse a posição privilegiada do arquipélago no meio do Atlântico. É precisamente por estarem afastados tanto da Europa como da América do Norte que a vida marinha selvagem gosta tanto de cá estar. As baleias, em especial, encontram nas Ilhas dos Açores um refúgio natural perfeito pouco ou nada poluído e longe dos grandes barcos poluentes. 

Mas há mais! Para além da aventura que é a observação de cetáceos pode ainda nadar com golfinhos! Em qualquer excursão de barco para ir à procura de baleias, os golfinhos aparecem quase sempre e saltam lado a lado com os barcos. São simpáticos e amistosos, aproximando-se das embarcações como cumprimentando os seus ocupantes.

Nos Açores são avistadas mais de 20 diferentes espécies de cetáceos, ora residentes ora migratórias. Os residentes, como o gigante Cachalote, símbolo marinho dos Açores, adoram cá estar e daqui não sai. Pudera, o Cachalote é o anfitrião do mar açoriano, para não dizer mesmo que é o rei. O seu território é também visitado por baleias Sardinheiras, de Borba, Comuns, Piloto, Anãs, de Bossa, entre outras que descobrirá aquando da sua aventura. Conhece a baleia azul?  Sim, essa baleia em que está a pensar. É o maior mamífero do mundo, passa no mar dos Açores no final do inverno e pode chegar aos 35 metros de comprimento e às 160 toneladas, mas as surpresas submarinas não acabam aqui. E de orcas? Já ouviu falar? De vez em quando também fazem uma visita, embora que muito raramente.

Observação de Cetáceos na Ilha de São Miguel, Açores

Há algo de mágico extra numa experiência de observação de baleias e golfinhos em Vila Franca do Campo, localizada mesmo ao largo da costa da Ilha de São Miguel, Açores. Embarcar num destes passeios de barco, proporciona-lhe a oportunidade única de apreciar plenamente a beleza desta paisagem natural de perto, para não falar de ser apresentado à vida aquática próxima!

Além de ser um excelente local para desfrutar de passeios de barco e observação de baleias e golfinhos, o ilhéu de Vila Franca do Campo apresenta também uma Reserva Natural Protegida que é uma excelente zona balnear que domina toda a deslumbrante costa sul da ilha. Para proteger a biodiversidade única deste lugar, é proibido o acesso a 400 pessoas por dia, e apenas durante as horas de Verão, altura em que se trata de uma atracção muito popular. Sugerimos definitivamente que acrescente esta paragem ao seu itinerário de férias na Ilha de São Miguel.

Observação de Cetáceos na Ilha Terceira, Açores

Sabia que a Ilha Terceira está entre as ilhas mais populares do arquipélago no que toca a excursões de observação de baleias e golfinhos? Isto deve-se à elevada taxa de avistamentos, taxa esta que nos Açores prende-se acima dos 90% de sucesso. 

Se procura uma ilha dos Açores onde poderá viver experiências únicas em todo o mundo, considere a Ilha Terceira para as suas férias nos Açores. Explore um dos únicos vulcões visitáveis do mundo, casa das maiores estalactites do mundo. As pitorescas ruas do centro histórico de Angra do Heroísmo têm um toque das ruas coloridas de Cuba, e aí terá a oportunidade de apreciar os traços arquitetónicos de excelência desta cidade Património Universal da Humanidade. A tudo isto, junte um cenário gastronómico delicioso - gosta de comida de conforto? - e um palco perfeito para excursões de observação de baleias e golfinhos ou de natação com golfinhos. 

Observação de Cetáceos na Ilha do Faial, Açores

Os fãs de desportos aquáticos encontram na Ilha do Faial o destino ideal para as suas férias, não fossem as condições propícias a tal e o forte legado marítimo desta ilha dos Açores, mundialmente conhecida pela sua marina, um ponto de encontro no meio do Atlântico, onde marinheiros partilham histórias no Peter’s Café Sport, enquanto saboreiam o seu icónico “gin da casa” e são presenteados com uma maravilhosa vista para a montanha do Pico, ao horizonte. 

Se tem curiosidade em apreciar por si mesmo o resultado da ira da Natureza, considere a Ilha do Faial para as suas férias nos Açores. Para além da paisagem impressionante do Vulcão dos Capelinhos, aqui encontra uma ilha pitoresca, casa de personalidades inspiradoras cujas histórias de vida nem parecem reais. Outros pontos de interesse na Ilha do Faial, nos Açores, incluem a Caldeira do Faial, a Praia do Almoxarife, a Praia do Norte, entre outras.

Aproveite para conhecer a Ilha Azul dos Açores e não deixe de fora a sua excursão de observação de cetáceos ou natação com golfinhos.